Moradia estudantil Unifesp
Quando nos debruçamos sobre o problema da frente urbana da Alameda Parque, nos pareceu que seria desejável evitar uma ocupação demasiadamente rarefeita, característica de diversos campi no país, cuja escala acaba favorecendo o automóvel em detrimento do pedestre. Procuramos, enfim, evitar que a Alameda se configurasse como um grande espaço desolado.
Para conformar a testada oposta à universidade adotamos uma cota de cobertura que se estende cento e vinte metros até o limite oeste do terreno. A escolha desta cota segue o mesmo raciocínio da praça de acesso superior; trata-se do prolongamento da esquina da Rua Gal. Newton Estilac com a Rua Augusto Teixeira. A adoção deste patamar nível permite, sem maiores esforços, a difícil acomodação de uma porção alta de terra, que devido ao terrapleno da Alameda Parque, opunha à esquina um incômodo aclive de quatro metros em talude.
A esplanada que resulta do desdobramento dos passeios da Rua Augusto Teixeira recebe os pilotis das três lâminas habitacionais e uma quadra poliesportiva. Conforme avança a oeste o declive abre sete metros de pé direito e permite abrigar aqueles programas mais públicos do conjunto gerando a frente institucional que deve qualificar a Alameda Parque.
Um mezanino divide parcialmente este grande espaço, o nível deste pavimento coincide com a cota da esquina da Rua General Newton Estilac com a Alameda Parque. Decidimos tirar partido do desalinhamento nos limites do terreno para criar um platô que desdobra a esquina no mezanino do prédio.
Osasco,São Paulo 2015
projeto premiado em concurso nacional
Equipe: Denis Joelsons, Beatriz Moretti, Otávio Helena Sasseron e Tiago de Cesare Testa.
Colaboradores: Matheus Tonelli Santos e Bhakta Krpa.
Inserção Urbana:
As dimensões do lote destinado às residências estudantis são análogas às de uma quadra urbana típica, de cem por cem metros, porém com apenas duas frentes urbanas: A Alameda Parque e a Rua General Newton Estilac Leal. O posicionamento dos volumes construídos procura configurar com clareza estas duas frentes e estabelecer uma adequada transição de escalas entre a via local, de uso predominantemente residencial e a Alameda Parque, marcada pelo caráter institucional da universidade.
Transversal à Avenida dos Autonomistas e próxima da estação Quintaúna da CPTM a rua General Newton Estilac é a principal via de acesso do conjunto. Buscamos adequar os passeios com patamares e suaves transições de nível para tornar mais confortável o acesso corriqueiro que inevitavelmente será feito através desta via íngreme.
Na porção mais alta do terreno foi criado um patamar de acesso aos blocos de habitação, este patamar estende a cota da esquina com a rua Elzo Piteri, continuidade mais do que desejada em meio a uma trama urbana tão fragmentada. Desta pequena praça de acesso partem as três lâminas que compreendem os dormitórios, dispostas paralelamente a rua, têm a altura de dois pavimentos na porção alta do terreno, proporção que dialoga com os sobrados do entorno imediato. A medida em que avançamos pelo declive, pavimentos são acrescentados até o desemboque das lâminas com a configuração de quatro pavimentos e pilotis. A extensão horizontal destes edifícios funciona a um só tempo como transição de escala, no porte do edifício propriamente dito, e como índice topográfico, por onde se pode sentir de maneira palpável o desnível. Sua altura é simultaneamente adequada à Rua General Newton Estilac e à Alameda Parque.
Quando nos debruçamos sobre o problema da frente urbana da Alameda Parque, nos pareceu que seria desejável evitar uma ocupação demasiadamente rarefeita, característica de diversos campi no país, cuja escala acaba favorecendo o automóvel em detrimento do pedestre. Procuramos, enfim, evitar que a Alameda se configurasse como um grande espaço desolado.
Para conformar a testada oposta à universidade adotamos uma cota de cobertura que se estende cento e vinte metros até o limite oeste do terreno. A escolha desta cota segue o mesmo raciocínio da praça de acesso superior; trata-se do prolongamento da esquina da Rua Gal. Newton Estilac com a Rua Augusto Teixeira. A adoção deste patamar nível permite, sem maiores esforços, a difícil acomodação de uma porção alta de terra, que devido ao terrapleno da Alameda Parque, opunha à esquina um incômodo aclive de quatro metros em talude.
A esplanada que resulta do desdobramento dos passeios da Rua Augusto Teixeira recebe os pilotis das três lâminas habitacionais e uma quadra poliesportiva. Conforme avança a oeste o declive abre sete metros de pé direito e permite abrigar aqueles programas mais públicos do conjunto gerando a frente institucional que deve qualificar a Alameda Parque.
Um mezanino divide parcialmente este grande espaço, o nível deste pavimento coincide com a cota da esquina da Rua General Newton Estilac com a Alameda Parque. Decidimos tirar partido do desalinhamento nos limites do terreno para criar um platô que desdobra a esquina no mezanino do prédio.
Por fim o nível do térreo será uma extensão franca do chão da universidade, quem cruza sob a cobertura formada pela esplanada encontra um pátio servido por equipamentos como um pequeno auditório, um salão de jogos e uma academia.
Lâminas Habitacionais.
Os edifícios habitacionais estão implantados com orientação Leste-Oeste e compreendem os três tipos das unidades, suas variações para portadores de necessidades especiais e espaços de estar, estudo e lavanderia. O módulo estrutural de 8,40 x 7,65 metros se subdivide em quatro conformando os quartos menores com uma largura livre de 1,8 m. Os demais quartos são múltiplos desta divisão. O quarto-família ocupa três destes módulos e, para compatibilizar sua dimensão com a cadência da estrutura, quatro quartos-família ocupam 3 módulos estruturais.
Os espaços de uso coletivo “intermediários” foram agrupados ocupando o modulo de 8,40 x 7,65m e cada um deles compreende uma sala de estar, uma área para estudos e uma pequena lavanderia coletiva. Achamos que seria prudente explodir a grande lavanderia coletiva, por comodidade aproximá-la do edifício e de outros usos. Imaginamos que o estudante poderia deixar suas roupas lavando e enquanto espera as máquinas de lavar, poderia desfrutar dos espaços de estar ou estudo. Estes módulos se repetem 10 vezes ao longo dos três edifícios.
Os armários estão localizados nas fachadas, o que permite o recuo de 55cm de todas as esquadrias, protegendo-as da insolação e da chuva. Paredes divisórias dos quartos se estendem e complementam o volume dos armários, funcionando como brises verticais. Além disso todas as unidades possuem ventilação cruzada e dupla orientação.
A cobertura do edifício prevê a captação de águas pluviais e a locação de painéis de aquecimento solar.
Método Construtivo.
Os edifícios habitacionais foram projetados dentro de uma modulação de 90cm e todas as lajes devem adotar soluções pré-fabricadas, à exceção de uma banda de concreto moldado ‘in-loco’ que deve acomodar as prumadas hidráulicas e shafts. O embasamento respeita a modulação de 1,25m e sua cobertura pode ser executada com formas reutilizáveis do tipo cubeta.
Na ocasião de um desenvolvimento posterior do estudo pretendemos estudar a viabilidade da utilização de lajes mistas de madeira e concreto, que reduziriam significativamente a pegada ecológica do edifício. Por hora adotamos métodos construtivos amplamente difundidos, com os quais a mão de obra local está familiarizada.
A pré-fabricação também pode ser aplicada aos fechamentos que seguem a modulação proposta em planta. Sem que isso inviabilize uma solução tradicional e provavelmente mais econômica, a construção de todas as alvenarias e divisórias em blocos cerâmicos na modulação de 30cm.